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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Sob o símbolo do Tau

Há certos sinais que revelam uma escolha de vida. O Tau, um dos mais famosos símbolos franciscanos, hoje está presente no peito das pessoas num cordão, num broche, enfeitando paredes numa escultura expressiva de madeira, num pôster ou pintura. Que escolha de vida revela o Tau? Ele é um símbolo antigo, misterioso e vital que recorda tempo e eternidade. A grande busca do humano querendo tocar sempre o divino e este vindo expressar-se na condição humana. Horizontalidade e verticalidade. As duas linhas: Céu e terra! Temos o símbolo do Tau riscado nas cavernas do humano primitivo. Nos objetos do Faraó Achenaton, no antigo Egito e na arte da civilização Maia. Francisco de Assis o atualizou e imortalizou. Não criou o Tau, mas o herdou como um símbolo seu de busca do Divino e Salvação Universal.
Tau, sinal bíblico
Existe somente um texto bíblico que menciona explicitamente o Tau, última letra do alfabeto hebraico, Ezequiel 9, 1-7: “Passa pela cidade, pôr Jerusalém, e marca com um Tau a fronte dos homens que gemem e choram pôr todas as práticas abomináveis que se cometem”. O Tau é a mais antiga grafia em forma de cruz. Na Bíblia é usado como ato de assinalar. Marcar com um sinal é muito familiar na Bíblia. Assinalar significa lacrar, fechar dentro de um segredo, uma ação. É confirmar um testemunho e comprometer aquele que possui o segredo. O Tau é selo de Deus; significa estar sob o domínio do Senhor, é a garantia de ser reconhecido pôr Ele e Ter a sua proteção. É segurança e redenção, voltar-se para o Divino, sopro criador animando nossa vida como aspiração e inspiração.
O Tau na Idade Média
Vimos o significado salvífico que a letra hebraica do Tau recebe na Bíblia. Mas o Tau tem também um significado extrabíblico, bastante divulgado na Idade Média: perfeição, meta, finalidade última, santo propósito, vitória, ponto de equilíbrio entre forças contrárias. A sua linha vertical significa o superior, o espiritual, o absoluto, o celeste. A sua linha horizontal lembra a expansão da terra, o material, a carne. O Tau lembra a imagem do sustentáculo da serpente bíblica: clavada numa estaca como sinal da vitória sobre a morte. Uma vitória mística, isto é, nascer para uma vida superior perfeita e acabada. É cruz vitoriosa, perfeição, salvação, exorcismo. Um poder sobre as forças hostis, um talismã de fé, um amuleto de esperança usado pôr gente devota e sensível.
O Tau do penitente
Francisco de Assis viveu em um ambiente no qual o Tau estava carregado de uma grande riqueza simbólica e tradicional. Assumiu para si a marca do Tau como sinal de sua conversão e da dura batalha que travou para vencer-se. Não era tão fácil para o jovem renunciar seus sonhos de cavalaria para chegar ao despojamento do Crucificado que o fascinou. Escolhe ser um cavaleiro penitente: eliminar os excessos, os vícios e viver a transparência simples das virtudes. Na sua luta interior chegou a uma vitória interior. Um homem que viveu a solidão e o desafio da comunhão fraterna; que viveu o silêncio e a canção universal das criaturas; que experimentou incompreensão e sucesso, que vestiu o hábito da penitência, que atraiu vidas, encontrou um modo de marcar as paredes de Santa Maria Madalena em Fontecolombo, de assinar cartas com este sinal. De lembrar a todos que o Senhor nos possui e nos salva sob o signo do Tau.
O Tau franciscano
O Tau franciscano atravessa oito séculos sendo usado e apreciado. É a materialização de uma intuição. Francisco de Assis é um humano que se move bem no universo dos símbolos. O que é o Tau franciscano? É Verdade, Palavra, Luz, Poder e Força da mente direcionada para um grande bem. Significa lutar e discernir o verdadeiro e o falso. É curar e vivificar. É eliminar o erro, a mentira e todo o elemento discordante que nega a paz. É unidade e reconciliação. Francisco de Assis está penetrado e iluminado, apaixonado e informado pela Palavra de Deus, a Palavra da Verdade. É um batalhador incansável da Paz, o discernimento: pobre no material, vencedor no espiritual. Marcou-se com este sinal de luz, vida e sabedoria.
O Tau como ideal
No mês de novembro de 1215., o Papa Inocêncio III presidia um Concílio na Igreja Constantiniana de Roma. Lá estavam presentes 1.200 prelados, 412 bispos, 800 abades e priores. Entre os participantes estavam São Domingos e São Francisco. Na sessão inaugural do Concílio, no dia 11 de novembro, o Papa falou com energia, apresentou um projeto de reforma para uma Igreja ferida pela heresia, pelo clero imerso no luxo e no poder temporal. Então, o Papa Inocêncio III recordou e lançou novamente o signo do Tau de Ezequiel 9, 1-7. Quero a honrar novamente a cristandade com um projeto eclesial de motivação e superação. Era preciso uma reforma de costumes. Uma vida vivida numa dimensão missionária mais vigorosa sob o dinamismo de uma contínua conversão pessoal. São Francisco saiu do Concílio disposto a aceitar a convocação papara e andou marcando os irmãos com o Tau, vibrante de cuidado, ternura e misericórdia aprendida de seu Senhor.
O Tau nas fontes franciscanas
Os biógrafos franciscanos nos dão testemunhos da importância que São Francisco dava ao Tau: “O Santo venerava com grande afeto este sinal”, “o recomendava, frequentemente, em suas palavras e o traçava com as próprias mãos no rodapé das breves cartas que escrevia, como se todo o seu cuidado fosse gravar o sinal do Tau, segundo o dito profético, sobre as frontes dos homens que gemem e lutam, convertidamente a Jesus”, “O traçava no início de todas as suas ações”, “Com ele selava as cartas e marcava as paredes das pequenas celas” (cf. LM 4,9; 2,9; 3 Cel 3). Assim Francisco vestia-se da túnica e do Tau na total investidura de um ideal que abriu muitos caminhos.
Tau, sinal da cruz vitoriosa
Cruz não é morte nem finitude, mas é força transformante; é radicalidade de um Amor capaz de tudo, até de morrer pelo que se ama. O Tau, conhecido como a Cruz franciscana, lembra para nós esta deslumbrante plenitude da Beleza divina: amor e paz. O Deus da Cruz é um Deus vivo, que se entrega seguro e serenamente à mais bela oferenda de Amor. Para São Francisco, o Tau lembra a missão do Senhor: reconciliadora e configuradora, sinal de salvação e de imortalidade; o Tau é uma fonte da mística franciscana da ceuz: quem mais ama, mais sofre, porque muito ama, mais salva. Um poeta dos primeiros tempos do franciscanismo conta no “Sacrum Comercium”, a entrega do sinal do Tau à Dama Pobreza pelo Senhor Ressuscitado, que o chama de “selo do reino dos céus”. À Dama Pobreza clamam o menores: “Eia, pois, Senhora, tem compaixão de nós e marca-nos com o sinal da tua graça!” (SC 21-22)
O Tau e a benção
Francisco se apropriou da benção deuteronômica, transcreveu a com o próprio punho e deu a Frei Leão: “que o Senhor te abençoe e te guarde. Que o Senhor mostre a tua face e se compadeça de ti. Que o Senhor volva o teu rosto para ti e te dê a paz. Irmão Leão; o Senhor te abençoe!” Sob o texto da benção, o próprio Frei Leão fez a seguinte anotação: “São Francisco escreveu esta benção para mim, irmão Leão, com seu próprio punho e letra, e do mesmo modo fez a letra Tau como base”. Assim, Francisco, num profundo momento de comunicação divina, com delicadeza paternal e maternal, abençoa seu filho, irmão, amigo e confidente. Abençoar é marcar com a presença, é transmitir energias que vêm da profundiade da vida. O Senhor te abençoe!
O Tau e a cura dos enfermos
No relato de alguns milagres, conta-se que Francisco fazia o sinal da cruz sobre a parte enferma dos doentes. Após Ter recebido os estigmas no Monte Alverne, Francisco traz em seu corpo as marcas do Senhor Ressuscitado. Marcado pelo Senhor, imprime a marca do Senhor que salva em tudo o que faz. Conta-nos um trecho das Fontes Franciscanas que um enfermo padecia de fortes dores; invoca Francisco e o santo lhe aparece e diz que veio para responder ao seu chamado, que traz o remédio para curá-lo. Em seguida, toca-lhe no lugar da dor com um pequeno bastão arrematado com o sinal do Tau, que traz consigo. O enfermo ficou curado e permaneceu em sua pele, no lugar da dor, o sinal do TAU (cf. 3Cel 159). O Senhor identifica-se com o sofrimento de seu povo. Toma a paixão do humano e do mundo sobre si. Afasta a dor e deixa o sinal de Amor.
A cor do Tau
O Tau, frequentemente, é reproduzido em madeira, mas quando, pintado, sempre vem com a cor vermelha. O Mestre Nicolau Verdun, num quadro do século XII, representa o Anjo Exterminador que passa enquanto um israelita marca sobre a porta de sua casa um Tau com o Sangue do Cordeiro Pascal que se derrama num cálice. O vermelho representa o sangue do Cordeiro que se imola para salvar. Sangue do Salvador, cálice da vida! Em Fontecolombo, Francisco deixou o Tau grafado em vermelho. O Tau pintado na casula de Frei Leão no mural de Greccio também é vermelho. O pergaminho escrito para Frei Leão no Monte Alverne, marca em vermelho o Tau que assina a bênção. O vermelho é símbolo da vida que transcende, porque se imola pelos outros. Caminho de configuração com Jesus Crucificado para nascer na manhã da Ressurreição.
O Tau na linguagem
O Tau é a última letra do alfabeto judaico e a décima nona letra do alfabeto grego. Não está aí pôr acaso; um código de linguagem reflete a vivência das palavras. O mundo judaico e, consequentemente a linguagem bíblica, mostram a busca do transcendente. É preciso colocar o Deus da Vida como centro da história. É a nossa verticalidade, isto é, o nosso voltar-se para o Alto. O mundo grego nos ensinou a pensar e perguntar pelo sentido da vida, do humano e das coisas. Descobrir o significado de tudo é pisar melhor o chão, saber enraizar-se. É a nossa horizontalidade. A teologia e a filosofia são servas da fé e do pensamento. Quem sabe bem onde está parte para vôos mais altos. É como o galho de pessegueiro, cortado em forma de tau é usado para buscar veios d’água. Ele vibra quando a fonte aparece cheia de alegria. Coloquemos o tau na fonte de nossas palavras!
O Tau, o cordão e os três nós
Em geral o Tau é pendurado no pescoço pôr um cordão com três nós. Este cordão significa o elo que une a forma de nossa vida. O fio condutor do Evangelho. A síntese da Boa Nova são os três conselhos evangélicos = obediência, pobreza, pureza de coração. Obediência significa acolhida para escutar o valor maior. Quem abre os sentidos para perceber o maior e o melhor não tem medo de obedecer e mostra lealdade a um grande projeto. Pobreza não é categoria econômica de quem não tem, mas é valor de quem sabe colocar tudo em comum. Ser pobre, no sentido bíblico-franciscano, é a coragem da partilha. Ser puro de coração é ser transparente, casto, verdadeiro. É revelar o melhor de si. Os três nós significam que o obediente é fiel a seus princípios; o pobre vive na gratuidade da convivência; o casto cuida da beleza do seu coração e de seus afetos. Tudo isto está no Tau da existência!
Usar o Tau é lembrar o Senhor
Muita gente usa o Tau. Não é um amuleto, mas um sacramental que recorda um caminho de salvação que vai sendo feito ao seguir progressivamente, o Evangelho. Usar o Tau é colocar a vida no dinamismo da conversão: cada dia devo me abandonar na Graça do Senhor, ser um reconciliado com toda a criatura, saudar a todos com a Paz e o Bem. Usar o Tau é configurar-se com aquele que um dia ilumina as trevas do nosso coração para levar-nos à caridade perfeita. Usar o Tau é transformar a vida pela Simplicidade, pela Luz e pelo Amor. É exigência de missão e serviço aos outros, porque o próprio Senhor se fez servo até a morte e morte de Cruz.

Frei Vitório Mazzuco, OFM 

Uso de gás lacrimogêneo contra refugiados é condenado pela ONU

Dezenas de imigrantes e refugiados ficaram feridos numa ação chamada pela Grécia de “perigosa e deplorável”

A agência de refugiados da ONU condenou nesta segunda-feira, 11, o uso de gás lacrimogêneo pela polícia da Macedônia contra refugiados na fronteira com a Grécia, e informou que tal ação prejudica a imagem da Europa.
A polícia da Macedônia atirou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra uma multidão de refugiados no lado grego da fronteira, ferindo dezenas de imigrantes e refugiados neste domingo,10. A informação foi dada por funcionários de resgate gregos, numa ação chamada pela Grécia de “perigosa e deplorável”.
“Vimos a tensão se desenvolvendo em diversas fronteiras europeias, entre forças da segurança em um lado e pessoas fugindo da guerra e em necessidade de ajuda no outro”, disse o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, em comunicado.
“Pessoas se machucam e propriedades são danificadas. Danos são feitos para a percepção de refugiados e para a imagem da Europa. Todos perdem”.
Cerca de 11 mil imigrantes e refugiados ficaram no ponto de Idomeni, na fronteira grega, desde fevereiro, após uma série de repressões nas fronteiras pelos Bálcãs fecharem a rota para a o leste e centro da Europa. Eles estão dormindo há muitas semanas a céu aberto e condições precárias.

sábado, 9 de abril de 2016

Após quase dois anos internada, menina retorna para casa no Ceará

Emilly chegou com pneumonia, desnutrição em 3º grau e raquitismo renal.
Na saída do hospital teve festa de despedida com os médicos.

A pequena Emilly Cavalcante ficou quase dois anos internada no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), em Fortaleza, e diz que vai sentir saudades após receber alta. Emilly entrou no HIAS em setembro de 2014. Ela foi diagnosticada com raquitismo renal, que não recebeu tratamento adequado de início e ocasionou também pneumonia grave, desnutrição em 3º grau e osteoporose. Por causa das conseqüências do raquitismo, a criança precisou de 19 meses para se recuperar.
Na quinta-feira (7), foi o dia de receber os convidados para a festa de despedida. “Quero ir embora porque quero ver meus irmãos”, disse. A menina tem seis anos e desde os quatro vivia no hospital.
De acordo com a pediatra Marta Sampaio, responsável pela unidade de pacientes especiais, a menina chegou em estado muito grave. “Ela chegou aqui muito grave. A Emily não sorria não se mexia, ela mal respirava, ela foi logo entubada para reanimação e foi transferida para UTI onde ficou lá por cinco meses. Lá apresentou uma parada cardiorrespiratória. Foi reanimada e conseguiu depois de cinco meses não sair do ventilador, mas estabilizar o quadro”, disse.
A mãe de Emily afirmou que foi difícil suportar a dor de ver a filha em um estado tão debilitado.  E falou que um certo dia pensou em que ela não ia sobreviver. “Minha filha sofreu bastante quando chegou. Passou por uma UTI entubada por aqueles aparelhos todos. E alguns momentos eu achei que ia perder minha filha
Acompanhada de perto
De acordo com a equipe médica do HIAS, Emily é uma vencedora.  Ela venceu complicações como pneumonia, desnutrição em terceiro grau, osteoporose e uma série de paradas cardíacas. Agora, Emily está em casa, em Quixeramobim e perto da família.
“Ela sempre teve essa força no olhar. Sempre teve essa vontade de viver. A Emily mudou, modificou a vida dela, mas não foi dela. Mudou a vida da mãe que mora em Quixeramobim. Mudou a vida dos irmãos da família dela. E mudou a vida a cada um de nós”

Emily terá que visitar o hospital apenas de dois em dois meses para acompanhamento. Está curada da osteoporose, mas vai ter que conviver com o raquitismo

Pontos básicos da moral católica


Existem pontos básicos sobre a moral católica

A Igreja valoriza a ciência em todas as suas áreas, mas não se cansa de afirmar que nem tudo o que é possível à ciência e à tecnologia realizarem é ético e moral. O parâmetro de discernimento da Igreja é a Lei Natural que Deus colocou, de forma permanente e universal, no coração e na consciência das pessoas. Para a Igreja, o que não é natural não é moral e deve ser evitado. Especialmente quando a dignidade da vida humana está em jogo, a Igreja levanta a voz, em nome de Deus, para dizer ao homem que tenha prudência. O Catecismo da Igreja afirma, no §2294, que: “É ilusório reivindicar a neutralidade moral da pesquisa científica e de suas aplicações…”
A Igreja sempre estimulou os estudiosos a procurarem pela ciência ajudar a vida do homem na terra. Mas o Cristianismo tem uma escala de valores onde o homem, por ser  imagem e semelhança de Deus, ocupa um lugar especial, não podendo ser equiparado, em dignidade, a nenhum outro ser vivo. Assim, os resultados da ciência devem servir ao homem e respeitar a sua dignidade. Assim, a Igreja defende que a vida humana é um dom de Deus, sobre o qual o cientista não têm domínio absoluto. Ela deve nascer e desenvolver-se não em laboratório, nem como fruto de recursos técnicos, mas como fruto direto do relacionamento pessoal entre esposo e esposa.

A ciência deve trabalhar para o homem, e não contra o homem

O desejo do progresso da ciência parece, às vezes, insaciável a alguns homens e mulheres de hoje. Em parte, o orgulho humano, o desejo de ser Prometeu (um rival de Deus) está na base de muitas tentativas da ciência sem compromisso com a consciência moral. A ciência e a técnica não são fins; são meios para engrandecer o homem, para que ele viva melhor, mas a ciência e a técnica não podem servir ao orgulho ou deleite do pesquisador, ou mesmo ser fonte de enriquecimento, em prejuízo para a dignidade do homem. A ciência deve trabalhar para o homem, e não contra o homem.
O emprego da ciência contra o homem tem sua causa no abandono de Deus. Michel Foucault, conhecido filósofo, observa que a “morte de Deus” gera a morte do homem: “Em nossos dias… não é tanto a ausência ou a morte de Deus que é afirmada, mas o fim do homem…; descobre-se então que a morte de Deus e o último homem estão estreitamente ligados” (Les mots et les choses 1967, p. 369).
Um personagem de Dostoiewisky, no livro “Irmãos Karamazov”, declara que “se Deus não existe, tudo é permitido”, pois a morte põe fim a tudo. A sociedade atual, que quer negar Deus, vive, neste triste ambiente de desconfiança, insegurança, egoísmo e desespero, desembocando na violência, nas drogas, nos desvios sexuais, na desesperança, e no profundo vazio existencial que leva à depressão.
A ciência moderna é produto genuíno de uma visão judaico-cristã do mundo e tem sua fonte de inspiração na Bíblia. A visão pagã do mundo é a de um escravizante ciclo de nascimento-morte-renascimento, sem início nem fim, uma visão cíclica, onde a ciência não conseguia fazer progresso. Foi justamente a visão do cosmos, progressiva, derivada da doutrina cristã, que deu margem ao crescimento da ciência.
Paulo VI afirmou que “a ciência é soberana em seu campo, mas escrava com respeito ao homem”. Por isso, devemos rejeitar a noção falsa de uma ciência livre dos valores morais, ou a neutralidade moral da investigação científica e de suas aplicações.
Para que o leitor conheça alguns posicionamentos da Igreja no campo moral, apresento em seguida alguns itens do Catecismo da Igreja Católica sobre esse assunto. O filósofo romano Cícero já dizia, em sua República, que: “Existe, sem dúvida, uma verdadeira lei: é a reta razão. Conforme à natureza, difundida em todos os homens, ela é imutável e eterna; suas ordens chamam ao dever, suas proibições afastam do pecado.(…) É um sacrilégio substituí-la por uma lei contrária; é proibido não aplicar uma de suas disposições; quanto a ab-rogá-la inteiramente, ninguém tem a possibilidade de fazê-lo” (Rep. 3,22,33).

A lei natural se acha escrita e gravada na alma de todos

A Igreja não tem dúvida em afirmar que “a lei natural é imutável, permanece através da história. As regras que a exprimem são substancialmente sempre válidas. Ela é uma base necessária para a edificação das regras morais e para a lei civil (§1979). Esta Lei, que de modo especial está retratada nos Dez Mandamentos, exprime o sentido moral original, que permite ao homem discernir, pela razão, o que é o bem e o mal, a verdade e a mentira.
Como disse o Papa Leão XIII: “A lei natural se acha escrita e gravada na alma de todos e cada um dos homens, porque ela é a razão humana ordenando fazer o bem e proibindo pecar. (…) Mas essa prescrição da razão não poderia ter força de lei se não fosse a voz e o intérprete de uma razão mais alta, a qual nosso espírito nossa liberdade devem submeter-se” (Leão XIII, enc. Libertas praestantissimum).
São Tomás de Aquino dizia que:  “A lei natural outra coisa não é senão a luz da inteligência posta em nós por Deus. Por ela conhecemos o que se deve fazer e o que se deve evitar. Esta luz ou esta lei, deu-a Deus à criação” (Decem praec. 1). Com base nisso, a Igreja ensina que: “Presente no coração de cada homem e estabelecida pela razão, a lei natural é universal em seus preceitos, e sua autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base de seus direitos e de seus deveres fundamentais (Cat.  §1956).
Santo Agostinho exclamava: “O roubo é certamente punido por vossa lei, Senhor, e pela lei escrita no coração do homem, e que nem mesmo a iniquidade consegue apagar” (Confissões, 2,4,9). Portanto, há uma lei natural imutável (GS,10) e permanente através das variações da história. As regras que a exprimem permanecem substancialmente válidas. Mesmo que alguém negue até os seus princípios, não é possível destruí-la nem arrancá-la do coração do homem; é obra do Criador, e que fornece os fundamentos sólidos em cima dos quais pode o homem construir o edifício das regras morais que orientarão suas opções.
Com base na lei natural São Tomás dizia: “Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção” (Decem. prec. 6). O fim não justifica os meios. O ato moralmente bom supõe, ao mesmo tempo, a bondade do objeto, da finalidade e das circunstâncias.
Assim, a Igreja, “coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15), recebeu dos apóstolos o mandamento de Cristo de pregar a verdade da salvação. Por isso, diz o Código de Direito Canônico:  “Compete à Igreja anunciar sempre e por toda parte os princípios morais, mesmo referentes à ordem social, e pronunciar-se a respeito de qualquer questão humana, enquanto o exigirem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (cân. 747,2)




Felipe Aquino

Quais são os efeitos da Misericórdia?

O Vaticano apresentou, nesta sexta-feira, 8, em coletiva de imprensa, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris laetitia, do Papa Francisco, documento tão esperado com as conclusões do Sínodo da Família.
A exortação do Papa é ampla e articulada, e traz desde reflexões sobre família à luz da Palavra de Deus até orientações pastorais para a formação de famílias sólidas, sob a perspectiva divina. O documento é datado de 19 de março, data simbólica por ser a Solenidade de São José.
Francisco escreveu a Amoris laetitia com base nos relatórios do Sínodo da Família, documentos de Papas predecessores e as catequeses sobre família. Além disso, recorreu à contribuição de diversas conferências episcopais e citações de personalidades de relevo, como Martin Luther King.
O Santo Padre deixa clara a complexidade do tema e por isso escreve: “Nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas através de intervenções magisteriais”. Por isso, acrescenta, para algumas situações, em cada país ou região é possível buscar soluções mais enculturadas, ou seja, de acordo com as tradições e desafios locais.
Desafios das famílias
O primeiro capítulo é dedicado a refletir o tema à luz Palavra de Deus. Francisco toma como base o Salmo 128 para destacar que a família não é um ideal abstrato, mas uma tarefa artesanal. Só então ele entra, no capítulo 2, na situação atual das famílias, abrangendo seus desafios, como a ideologia de gênero, a mentalidade anti-natalidade e o abuso de menores, só para citar alguns.
O capítulo seguinte dá espaço para a palavra da Igreja sobre família, abrangendo seus ensinamentos sobre o matrimônio e a família. São 30 parágrafos dedicados à vocação à família de acordo com o Evangelho. É a oportunidade que o Papa encontra para falar de temas como a indissolubilidade, sacramentalidade do matrimônio, transmissão da vida e educação dos filhos.
Nesse ponto, Francisco faz uma ressalva com relação às famílias feridas: lembra que os pastores precisam discernir bem as situações; ao mesmo tempo que se exprime com clareza a doutrina, é preciso evitar juízos que não considerem a complexidade das diferentes situações.
Dimensão erótica do amor
O Santo Padre não deixa de falar do amor no matrimônio e traz uma novidade: ao fazer um aprofundamento psicológico que chega ao mundo das emoções do casal, ele inclui a dimensão erótica do amor, uma contribuição rica que até então não tinha paralelo em outros documentos papais.
Ele também aborda, em outro capítulo, a fecundidade do casal, incluindo a “fecundidade alargada”, que diz respeito à adoção e ao acolhimento dos outros membros da família.
Orientações pastorais
No capítulo 6, Francisco traz indicações pastorais para a edificação de famílias sólidas e fecundas de acordo com o plano de Deus. Aqui, o Pontífice abrange desde a necessidade da preparação dos noivos até o acompanhamento dos primeiros anos da vida matrimonial, sem esquecer os casais que acabaram se separando ou se divorciando e a importância da reforma dos procedimentos para reconhecimento dos casos de nulidade matrimonial. A linha adotada por Francisco é a de reforçar o amor e ajudar a curar as feridas, para impedir o avanço desses dramas do tempo atual.
Um dos capítulos mais delicados é o oitavo, quando Francisco indica três palavras-chave: “acompanhar, discernir e integrar”. O Pontífice se refere aos casos em que a realidade não corresponde àquilo que Deus quer, logo, o convite é à misericórdia e ao discernimento pastoral.
O último capítulo fala da espiritualidade conjugal e familiar. A exortação apostólica é concluída com uma oração à Sagrada Família.
Carta do Papa aos bispos
Para os bispos de todo o mundo, o Papa Francisco enviou um quirógrafo (documento escrito de próprio punho) acompanhando sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal. O Santo Padre escreveu:
“Caro irmão,
Invocando a proteção da Sagrada Família de Nazaré, tenho a alegria de te enviar a minha Exortação Amoris laetitia para o bem de todas as famílias e de todas as pessoas, jovens e idosas, confiadas ao teu ministério pastoral.
Unidos no Senhor Jesus, com Maria e José, peço-te que não te esqueças de rezar por mim”.

Por Canção Nova

Missionário Shalom - Medley Mar [Clipe Oficial DVD MSH]

 
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