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Vaticano apresentou, nesta sexta-feira, 8, em coletiva de imprensa, a Exortação
Apostólica Pós-Sinodal Amoris laetitia, do Papa Francisco, documento tão
esperado com as conclusões do Sínodo da Família.
A exortação do Papa é ampla e articulada, e traz desde reflexões
sobre família à luz da Palavra de Deus até orientações pastorais para a
formação de famílias sólidas, sob a perspectiva divina. O documento é datado de
19 de março, data simbólica por ser a Solenidade de São José.
Francisco escreveu a Amoris laetitia com base nos relatórios do
Sínodo da Família, documentos de Papas predecessores e as catequeses sobre
família. Além disso, recorreu à contribuição de diversas conferências
episcopais e citações de personalidades de relevo, como Martin Luther King.
O Santo Padre deixa clara a complexidade do tema e por isso
escreve: “Nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser
resolvidas através de intervenções magisteriais”. Por isso, acrescenta, para
algumas situações, em cada país ou região é possível buscar soluções mais
enculturadas, ou seja, de acordo com as tradições e desafios locais.
Desafios
das famílias
O primeiro capítulo é dedicado a refletir o tema à luz Palavra
de Deus. Francisco toma como base o Salmo 128 para destacar que a família não é
um ideal abstrato, mas uma tarefa artesanal. Só então ele entra, no capítulo 2,
na situação atual das famílias, abrangendo seus desafios, como a ideologia de
gênero, a mentalidade anti-natalidade e o abuso de menores, só para citar
alguns.
O capítulo seguinte dá espaço para a palavra da Igreja sobre
família, abrangendo seus ensinamentos sobre o matrimônio e a família. São 30
parágrafos dedicados à vocação à família de acordo com o Evangelho. É a
oportunidade que o Papa encontra para falar de temas como a indissolubilidade,
sacramentalidade do matrimônio, transmissão da vida e educação dos filhos.
Nesse ponto, Francisco faz uma ressalva com relação às famílias
feridas: lembra que os pastores precisam discernir bem as situações; ao mesmo
tempo que se exprime com clareza a doutrina, é preciso evitar juízos que não
considerem a complexidade das diferentes situações.
Dimensão
erótica do amor
O Santo Padre não deixa de falar do amor no matrimônio e traz
uma novidade: ao fazer um aprofundamento psicológico que chega ao mundo das
emoções do casal, ele inclui a dimensão erótica do amor, uma contribuição rica
que até então não tinha paralelo em outros documentos papais.
Ele também aborda, em outro capítulo, a fecundidade do casal,
incluindo a “fecundidade alargada”, que diz respeito à adoção e ao acolhimento
dos outros membros da família.
Orientações
pastorais
No capítulo 6, Francisco traz indicações pastorais para a
edificação de famílias sólidas e fecundas de acordo com o plano de Deus. Aqui,
o Pontífice abrange desde a necessidade da preparação dos noivos até o
acompanhamento dos primeiros anos da vida matrimonial, sem esquecer os casais
que acabaram se separando ou se divorciando e a importância da reforma dos
procedimentos para reconhecimento dos casos de nulidade matrimonial. A linha
adotada por Francisco é a de reforçar o amor e ajudar a curar as feridas, para
impedir o avanço desses dramas do tempo atual.
Um dos capítulos mais delicados é o oitavo, quando Francisco
indica três palavras-chave: “acompanhar, discernir e integrar”. O Pontífice se
refere aos casos em que a realidade não corresponde àquilo que Deus quer, logo,
o convite é à misericórdia e ao discernimento pastoral.
O último capítulo fala da espiritualidade conjugal e familiar. A
exortação apostólica é concluída com uma oração à Sagrada Família.
Carta
do Papa aos bispos
Para os bispos de todo o mundo, o Papa Francisco enviou um
quirógrafo (documento escrito de próprio punho) acompanhando sua Exortação
Apostólica Pós-Sinodal. O Santo Padre escreveu:
“Caro irmão,
Invocando a proteção da Sagrada Família de Nazaré, tenho a
alegria de te enviar a minha Exortação Amoris laetitia para o bem de todas as
famílias e de todas as pessoas, jovens e idosas, confiadas ao teu ministério
pastoral.
Unidos no Senhor Jesus, com Maria e José, peço-te que não te
esqueças de rezar por mim”.
Por
Canção Nova
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